Escritor português, natural de Lisboa, de infância e adolescência marcadas pela solidão, parte em 1912 para Paris para estudar Direito, porém jamais chegou a concluir os estudos: lançou-se a uma vida boêmia pelos cafés e salas de espetáculo, o que culminou na sua ligação emocional a uma prostituta.
Corroído pela neurose, Sá-Carneiro encarnou como ninguém as frustrações e os pesadelos da sua terra, dividida entre a nostalgia das glórias do passado e a atração pela modernidade europeia.
Em 1912, começou a corresponder-se com Fernando Pessoa, onde verifica-se o agravamento dos seus problemas emocionais e as ideias de suicídio. Em 1914, publicou as obras “Dispersão” e “A confissão de Lúcio”.
Em 1915, com Fernando Pessoa e Almada Negreiros, integrou o primeiro grupo modernista português que, inspirado pelas vanguardas europeias, pretendia escandalizar a sociedade burguesa e urbana, produzindo a edição da revista literária “Orpheu” a qual provocou impacto e polémicas nos meios literários portugueses. No mesmo ano regressou à Paris, onde as suas crises de depressões foram agravadas pelas suas dificuldades financeiras. Em 26 de Abril do mesmo ano, num quarto do Hôtel Nice, em Paris, cometeu suicídio com o recurso de cinco frascos de estricnina.
A obra de Mário de Sá-Carneiro, intimamente relacionada à sua vivência pessoal, revela toda a sua inadaptação ao mundo e a constante busca do seu próprio eu.