Importante escritor do pré-Modernismo brasileiro, nasceu em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1881, de pais mestiços e pobres e enfrentou o preconceito durante toda a sua vida.
Trabalhou a vida toda como escriturário no Ministério da Guerra, ao mesmo tempo em que começou a escrever para o jornal “Correio da Manhã” e várias revistas da época. Estreou na literatura em 1909, com a publicação do romance “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”.
A sua obra, marcadamente de protesto e de denúncia, apresenta muitas vezes um tom autobiográfico e de crónica e é caraterizada como um brado de revolta implacável de sátira ao apego da sociedade aos títulos, bem como às instituições políticas da época, burocráticas e inoperantes, além de uma forte crítica social ao retratar os subúrbios cariocas na virada do século, com o uso de uma linguagem simples e coloquial. Para ele escrever tinha a finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras de costumes e de práticas que privilegiavam determinadas classes sociais, indivíduos e grupos. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do gosto vigente, recebeu severas críticas dos círculos tradicionais da literatura: marcado por um espírito inquieto e rebelde, revelou o seu inconformismo com a mediocridade social e com o racismo vigentes.
Viveu uma vida boémia e solitária e acabou por entregar-se ao álcool, o que levou-o a longos períodos de internação, na Colónia de Alienados na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, em virtude das alucinações que perseguiam-no.
Lima Barreto faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 1 de novembro de 1922, vítima de um colapso cardíaco em razão do alcoolismo.