Um dos maiores escritores portugueses de toda a história e considerado o melhor realista português do século XIX, nasceu de pai brasileiro e mãe portuguesa, passando a infância e a adolescência longe da família, criado pelos avós paternos. Ingressou em 1861 na Universidade de Coimbra, onde em 1866 se formou em Direito. Em 1867, dirigiu na cidade de Évora, o jornal de oposição “O Distrito de Évora”. Voltou a Lisboa e revelou-se escritor no folhetim “Gazeta de Portugal”. Em 1869, como jornalista, assistiu a inauguração do Canal de Suez, no Egito, que resultou na obra “O Egito”. Em 1871, com a colaboração do escritor Ramalho Ortigão, escreveu a novela policial “O Mistério da Estrada de Sintra”, e nesse mesmo ano lançou um folheto mensal “As Farpas”, contendo sátiras à sociedade portuguesa e às suas instituições.

Em 1871, Eça de Queirós proferiu em conferência o tema “O Realismo Como Nova Expressão de Arte”, no Cassino de Lisboa. Em 1872 ingressou na carreira diplomática e foi nomeado cônsul, exercendo o cargo em Havana e em Inglaterra. Em 1875, publica o romance “O Crime do Padre Amaro”, marco inicial do Realismo em Portugal, onde fez uma crítica violenta da vida social portuguesa, denunciando a corrupção do clero e a hipocrisia dos valores burgueses. A crítica social unida à análise psicológica apareceria também no romance “O Primo Basílio”, publicado em 1878, em “Mandarim”, de 1880, e em “Relíquia”, de 1887. Casou-se com Emília de Castro Pamplona Resende, em 1886 e tiveram dois filhos, Maria e José Maria. Em 1888, foi nomeado cônsul em Paris, ano em que publica “Os Maias”, considerado como a sua obra-prima. No romance observou-se uma mudança na atitude irreverente de Eça de Queirós, deixando-se transparecer os mistérios do destino e as inquietações do sentimento, as apreensões da consciência e os desequilíbrios da sensualidade. Surgia então uma nova fase literária, em que Eça deixava transparecer uma descrença no progresso. A partir de então, passou a manifestar a valorização das virtudes nacionais e a saudade da vida no campo, principalmente retratados nos romances “A Ilustre Casa de Ramires” e “A Cidade e as Serras”, no conto “Suave Milagre” e em diversas biografias religiosas.

Faleceu morreu em Paris, França, em 16 de agosto de 1900.

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